Photo by António Amen, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=16670489
O Palácio da Bolsa, ou Palácio da Associação Comercial do Porto, edifício de estilo neoclássico, começou a ser construído a 6 de Outubro de 1842, data solene de colocação da primeira pedra, dado o encerramento da Casa da Bolsa do Comércio que obrigou os comerciantes portuenses a discutirem os seus negócios em pleno ar livre.
Os seus mais de 170 anos de existência têm como origem a noite de 24 de Julho de 1832, durante o cerco do Porto, altura em que se dá um gigantesco incêndio no convento de S. Francisco, do qual restou somente a actual igreja. Foi sobre estas ruínas do antigo convento, posteriormente doadas por D. Maria II, mediante expedição da carta de Lei da Concessão, datada de 19 de Junho de 1842, que os comerciantes construíram o Palácio da Bolsa para que nele se estabelecesse a praça ou bolsa do comércio e o tribunal de primeira instância. Curiosamente, de modo a acautelar eventuais problemas financeiros que poderiam advir da onerosidade da obra em si, a rainha ordenou que a Associação Comercial do Porto teria à sua disposição uma receita extraordinária, por um período de dez anos, sobre os produtos que circulassem pela Alfândega do Porto.
Com uma mistura de estilos arquitetónicos o edifício apresenta em todo o seu esplendor traços do neoclássico oitocentista, arquitectura toscana, assim como o neo-paladiano inglês.
Foram muitos os homens que participaram na construção do Palácio da Bolsa. Partindo de Joaquim da Costa Lima Júnior, em funções a partir de 1840 (é ele quem submete a planta, orçamento e detalhes do projecto do Palácio da Bolsa), Gustavo Adolfo Gonçalves de Sousa, Tomás Augusto Soller, José Macedo Araújo Júnior, Joel da Silva Pereira e, terminando finalmente com José Marques da Silva, último arquitecto e decorador do Palácio.
O edifício foi construído ao longo de quase 70 anos, teve seis arquitectos principais, dezenas de mestres entalhadores, estucadores, pintores, douradores, pedreiros e centenas de operários, que sempre lhe deram o que tinham de melhor. Com a implementação da República, a 5 de Outubro de 1910, o Palácio da Bolsa é inventariado e desocupado e a posse do edifício é lavrada a 11 de Fevereiro de 1911. Um dos quadros de um monarca presente no espaço, o de D. Carlos I, foi vandalizado com dois tiros de pistola.
Contudo, ao contrário do que sucedeu noutros casos, este edifício não entra em decadência ou estagnação e durante o consulado de Sidónio Pais volta às mãos dos seus dignos e legítimos donos.
Autêntica sala de aulas ao vivo o Palácio da Bolsa, para além de ser um local único e exclusivo, atrai anualmente mais de 300 mil visitantes, estando entre os monumentos mais visitados no Norte de Portugal.
Fonte: palaciodabolsa.com
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